Desde sei lá quando, faço uma lista das minhas músicas do ano. Em 2024, resolvi trapacear inovar: pedi para a inteligência artificial se basear em textos de retrospectivas anteriores e produzir uma abertura crocante, que a leitora não largasse enquanto não a devorasse inteira e, principalmente, que provocasse nela uma vontade incontrolável de ouvir as canções que escolhi.
Não rolou. A tecnologia pode servir para muita coisa e já está tirando o emprego de muita gente, mas nunca sentiu nada ouvindo música nenhuma. Portanto, jamais conseguiria traduzir essa emoção em algo com o qual alguém se identifique, além de lhe faltar picardia para salvar qualquer banalidade que já escrevi achando que tinha estilo. Pena, porque eu gostaria de ter uma desculpa por estas linhas mal-tecladas.
Preciso também reconhecer que o material com o qual alimentei a ferramenta não era lá grande coisa. Basicamente, variações de como me fecho cada vez mais na minha redoma sonora, formada pela onipresença de xodós e uma ou outra novidade que consegue furar a bolha. Não por falta de curiosidade, e sim pelos sucessivos fracassos em procurar êxtase onde somente o que importa são métricas objetivas.
Sorte que, como o mistério da velha toada, música boa sempre há de pintar por aí.
PLAYLIST | a história não tem pressa
Nenhum comentário:
Postar um comentário