O dia é internacional; a seleção, não. Porque “agora chegou a vez, vou cantar, mulher brasileira em primeiro lugar”. Entre revelações e confirmações, confira dez artistas nacionais que, independentemente de estilo, merecem a sua atenção em 2015:
1 | ALICE CAYMMI Não fosse o sobrenome, ninguém diria que é neta de Dorival, filha de Danilo e sobrinha de Nana e Dori. Sua voz grave confere drama a versões de Caetano a MC Marcinho no segundo disco, Rainha dos Raios (2014). OUÇA “Homem”, “Princesa”, “Meu Mundo Caiu”.
2 | ALZIRA E Com oito discos na mala e 28 anos de carreira, a sul-matogrossense bate forte com O Que Vim Fazer Aqui (2014). Sem percussão ou bateria, o álbum traz a poesia do falecido Itamar Assumpção realçada por uma de suas mais viscerais intérpretes. OUÇA “Norte”, “Itamar É”, “Já Sei”.
3 | ANELIS ASSUMPÇÃO Como Alice, tem parente ilustre. Como Alzira, é ligada a Itamar. Como as duas, está com um belo trabalho na praça. Como o pai, canta e compõe. Ao contrário dos três, vai do samba ao reggae com naturalidade pop. OUÇA “Mau Juízo”, “Inconcluso”, “Declaração”.
4 | BLUBELL Em quatro discos, a paulista construiu uma pose de artista sofisticada, trilíngue e influenciada por jazz antigo. No último deles, Diva É a Mãe (2014), ela finge brincar com essa imagem e torna-se ainda mais charmosa. OUÇA “Bandido”, “A Mulher Solteira e o Homem Pavão”, “Regret”.
5 | CLAUDIA DOREI Cantora, compositora, trompetista e produtora carioca. No ano passado, lançou Inspire, segundo disco de uma trilogia iniciada em 2009 com Respire. No cardápio, climas com texturas de dub e cumbia, samba e jazz. OUÇA “Nada Além”, “Já Deu”, “Contato”.
6 | JULIANA SINIMBÚ É do colega do Anexo Giuliano Bianco a melhor definição para o som da paraense: “arrocha gourmet”. De fato, em Una (2014) a moça valoriza os ritmos regionais com suavidade, no limite da diluição. OUÇA “Para Um Tal Amor”, “Clarão da Lua”, “Não me Provoca”.
7 | KAROL CONKÁ Desde Batuk Freak (2013), a rapper curitibana não parou de ampliar horizontes, como atestam suas recentes tabelas com o Tropkillaz – projeto de trap (estilo que mistura rap com eletrônica) de Zegon, ex-DJ do Planet Hemp. OUÇA “Boa Noite”, “Tombei”, “Que Delícia”.
8 | MARCIA CASTRO No terceiro disco, Das Coisas Que Surgem (2014), a baiana estreia como compositora, solo ou com Arnaldo Antunes ou Lucas Santtana. O resultado é mais urbano, quase indie perto da MPB dos anteriores. OUÇA “Beijos de Ar”, “O Amor Tem Dessas”, “Esculacho”.
9 | MARIANA VOLKER Um skazinho introduz o EP Palafita (2014), o cartão de visitas da carioca para conquistar um lugar ao sol. Quem avaliza o potencial da ruiva é o experiente Liminha, produtor que já fez de tudo no rock nacional. OUÇA “Eterno Verão”, “Someblue”, “Palafita”.
10 | TULIPA RUIZ Lança o terceiro disco (ainda sem nome) em maio, novamente bancado pela Natura. Os músicos também são os mesmos. E mais não se sabe – nem se o recente single Megalomania serve como pista de onde a flor vai brotar. OUÇA “É”, “Quando Eu Achar”, “Sushi”.
(Coluna publicada hoje no Diário Catarinense)
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