As escassas leitoras deste VEÍCULO debatem-se, indóceis. Querem mais, querem melhor, querem tudo e querem agora. Lamento, sorrio, finjo que não é comigo e tento me justificar: ando tocando umas musiquinhas por aí. Só não digo que a repórter foi profética em sua dúvida porque minha performance sobre dois CD players e um mixer me credencia, na maior boa vontade, como um DISCOTECÁRIO e, na menor, como uma fraude. Em ambos os casos, saio no lucro – e não me refiro somente aos trocados que pingam na minha mão no final da noite, dobrados dentro do cartão de consumo carimbado com um “livre”.
Afinal, não estou enganando ninguém. Quem escala o maximal Marcos Espíndola pode até ignorar que faço parte do pacote, desde que alertada que está sujeitando a sua festa aos caprichos da FALCATRUE. A alcunha, de inspiração inequívoca, traduz a natureza do nosso, er, set. Picareta, sim. Mas de coração. E é nesse espírito enlevado pela incondicional paixão ao Movimento Curvilíneo Uniforme delas que temos sido mobilizados para saciar pistas interessadas e interessantes. Sem expectativa, sem frustração.
O nome na filipeta já veio acompanhado de (em ordem cronológica) rótulos como breakbeat, electro, rock, funk e pop, todos vagos para descrever com precisão o que vai rolar – nem a gente sabe. Somos conduzidos por sinais, como a lapidar frase de um intelectual químico diante da JOGAÇÃO causada por algum truque sujo gravado em um CD identificado por garranchos em tinta verde: “O som de vocês está mais gay do que o do próprio gay que tocou antes”. Sem nenhum demérito, a assertiva apenas ratificou que estávamos promovendo, com sucesso, o importante fundamento que a norma culta manda chamar de UMBIGADA.
Isto posto, as cada vez mais escassas leitoras deste veículo continuam indóceis. Não entendem o que três ou quatro discotecagens têm a ver com não serem mais entretidas, ainda que no período diurno, com uma reles migalha de autossabotagem ou, que seja, com algum “baita papo furado” aqui expelido. OK, vou direto ao ponto: é muito mais enriquecedor mostrar música para os outros do que escrever sobre música. Ou, Matias que o diga, das pickups sai mais jornalismo musical do que dos impressos.
Restariam outros assuntos, não fossem vetados por um pessoal e intransferível critério de classificação. Sexo é muito melhor praticar do que EXPLANAR; política estaria influenciada pela minha atual atuação profissional; futebol só depois que meu time libertar a América; vida pessoal me recuso a expor. Donde sobra a música, soberana. Com a nada desprezível diferença de que, ao contrário da função da crítica, tocar para uma audiência implica em agradá-la – desafio que, segundo o Marquinhos, nossos recém-adquiridos dotes de SELETORES terão a próxima oportunidade de enfrentar nesta quinta-feira (4/6) já foram recrutados para enfrentar no dia 4 de julho, no El Divino. Não vejo a hora de ser intimado, de cabeça inclinada, fone na orelha e dedo em algum botão que desconheço a serventia, para soltar qualquer coisa que estimule a FRITURA.
3 comentários:
Apenas mostrando, cada um que busque e pense o que quiser. É por aí.
ahahaahahaahhahahahahaahah
ô, istepor, cadê a minha blusa?!?!?
Corroborando a teoria do Justice, aquela que diz que em cada cidade do globo existe pelo menos um clube chamado El Divino. DVNO, four capital letters, e assim por diante...
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