20141024

Nem tão novo, ainda radical




(coluna publicada hoje no Diário Catarinense)

Em entrevista recente ao Hollywood Report, Gregg Alexander falou pela primeira vez desde que se afastou dos holofotes. Em 1998, ele estourou nas paradas do mundo inteiro à frente do New Radicals com a grudenta “You Get What You Give”. Menos de um ano depois, prestes a lançar o segundo single do disco Maybe You’ve Been Brainwashed Too, desmontou o grupo. Alegou que não suportava mais a vida de estrela e se recolheu. De lá para cá, trabalhou com Enrique Iglesias, Rod Stewart e Santana, entre outros.

A trajetória do ex-vocalista o coloca entre os one hit wonders, como são chamados os artistas que fazem um só sucesso. A relação de nomes que por um momento pareciam onipresentes e de repente desapareceram é infinita: de Blind Melon (“Rain”) a Supergrass (“It’s Allright”), de Virgulóides (“Bagulho no Bumba”) a O Surto (“A Cera”), para ficar apenas no pop rock. Alcançada a fama, todos continuaram a carreira e tentaram emplacar novamente. Não conseguiram. São lembrados única e exclusivamente por causa de uma música.

Alexander distingue-se nessa lista por um detalhe crucial: a escolha foi dele, não do público ou do mercado. Da mesma forma que resolveu voltar ao anonimato aos 28 anos, ele decidiu que agora era a hora de reaparecer. É que “Lost Stars”, composta em parceria com Adam Levine, do Maroon 5, para o filme Mesmo Se Nada Der Certo, está cotada para concorrer ao Oscar de melhor canção. De quebra, o chapéu de pescador que usava em sua breve fase de celebridade vem sendo apontado como tendência para o próximo verão.

Tributo de maluco
Após Dark Side of The Moon, o Flaming Lips entorta outro clássico do rock. O alvo da vez é Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que na versão da banda americana virou With a Little Help From My Fwends. Faixa a faixa, a banda recria a obra-prima beatle com a colaboração de MGMT, My Morning Jacket, Tool, Moby e quejandos. Até aí, tudo dentro do nível de perturbação que se espera do grupo de Wayne Coyne. Mas o que dizer de Miley Cyrus em “A Day in the Life” e “Lucy in the Sky with Diamonds”? Melhor não contrariar.



Além do batidão
Revelação capixaba do mashup (música criada a partir da mistura de duas ou mais canções), Andre Paste faz a sua estreia autoral com Shuffle. Em um disco cheio de convidados, “Laura”, com Silva, e “A Calma”, com Fepaschoal, demonstram potencial pop que vai além de batidões bem-humorados. Como é gratuito, não custa experimentar.

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