20220622

Retrato do momento



No embalo da lista dos 500 maiores discos brasileiros de todos os tempos organizada pelo podcast Discoteca Básica, o jornal daquela rede comunista reuniu 25 especialistas para eleger os dez melhores discos de música brasileira dos últimos 40 anos. O primeiro lugar coube ao Da Lama ao Caos (1994), de Chico Science & Nação Zumbi. A Mulher do Fim do Mundo (2015), de Elza Soares, e Cabeça Dinossauro (1986), dos Titãs, completam o pódio.

Para mim, o vencedor não é nem o melhor da banda, quanto mais do Brasil de 1982 para cá. Mas tudo bem, a intenção desses rankings é somente criar um burburinho – e, se alguém se interessar em conhecer as obras citadas, já está valendo. Com base na relação de 50 álbuns que mandei para o top 500 e respeitando o recorte temporal, estes seriam meus dez:

01 | Cabeça Dinossauro (1986), Titãs
02 | Selvagem? (1986), Os Paralamas do Sucesso
03 | À Procura da Batida Perfeita (2003), Marcelo D2
04 | Afrociberbelia (1996), Chico Science & Nação Zumbi
05 | Nada Como um Dia Após o Outro Dia (2002), Racionais MC’s
06 | Tecnicolor (2000), Os Mutantes
07 | Roots (1996), Sepultura
08 | Legião Urbana (1985), Legião Urbana
09 | Radioatividade (1983), Blitz
10 | Lado B Lado A (1999), O Rappa

Nem sei mais se concordo com o que escolhi. Confesso que ver O Rappa e Blitz em companhia tão ilustre me deixou meio constrangido e os Racionais mereciam uma posição mais alta. Mais uma prova inconteste de que listas são como pesquisa eleitoral: retratam o momento (de quem as elabora), não o quadro definitivo. Vai ser no primeiro turno!

(Extraído da newsletter Extrato. Assine já e garanta o seu exemplar antecipado todas as terças!)

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