20220109

Autoclipagem (ou Tudo o que me cita me excita)

O jornalista Mateus Mello cometeu uma reportagem sobre grandes discos da MPB que completam 50 anos em 2022 e fez o favor de me consultar como uma das fontes. Entre outras unanimidades, citei Acabou Chorare (Novos Baianos), Clube da Esquina (Milton Nascimento, Lô Borges etc), Expresso 2222 (Gilberto Gil) e, para gáudio da oposição, Transa (Caetano Veloso). Normal, não tem muito como fugir disso.

Mas é como eu disse: em todos os anos da década de 2020 é possível repetir a pauta das obras-primas cinquentenárias da música brasileira. Em nenhum outro período foram lançados tantos clássicos quanto de 1970 a 1979. Felizmente, o colega teve a lucidez de entrevistar gente muito mais gabaritada do que eu para tentar explicar o porquê disso.

Quero também deixar registrado o elogio à organização que ele deu para o meu confuso discurso. Mal sei perguntar, que dirá responder. Inicio falando de uma coisa, não concluo e já parto para outra, um horror. Graças ao tino do repórter, do arrazoado que expeli emergem declarações com começo, meio e fim e – até eu me surpreendi – algum sentido.

(Extraído da newsletter Extrato. Assine já e garanta o seu exemplar antecipado todas as terças!)

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