Mal raiou o primeiro dia útil da semana derradeira para o futuro do U2 em Santa Catarina e a comunidade pop barriga-verde foi surpreendida pela decisão do tribunal de suspender o processo contra o vocalista Bono Vox e o baterista Larry Mullen. Os magistrados acataram o argumento apresentado pelos ADEVOGADOS dos réus, exigindo a inclusão dos outros dois integrantes do grupo irlandês, Edge e Adam Clayton, nos autos. O julgamento não subiu no telhado, mas as oitivas começarão da estaca zero novamente.
Um clima denso marcou a sessão, envolta pela espessa névoa que fundamentou os raciocínios dos causídicos de ambos os lados. O golpe calou fundo no autor da representação contra os músicos do U2: embora tenha ficado acertado que não será necessário ingressar com uma nova ação, a tribunal deixou claro que não basta ser franco, tem de ser bruni. Como a resolução faz o processo voltar à fase de citação dos implicados, o quarteto ganha tempo para tentar mudar os rumos do julgamento. Se nada disso funcionar, especula-se que a próxima investida será prometer carro novo para todos os catarinenses.
O suposto risco de punir o guitarrista e o baixista do quarteto sem que esses tivessem a oportunidade de se manifestar caiu como uma bomba na suntuosa e nababesca sede catarinense da Ordem dos Abacates do Brasil. A entidade lembrou que a própria legislação descartava a necessidade de arrolar os outros dois integrantes nos autos do processo, alertando sobre um eventual conflito com sentenças anteriores, nas quais os envolvidos indiretamente na contenda foram processados sem apelação.
De nada adiantou, porém, o jus esperneandi (figura jurídica que significa o “direito de espernear”). A anexação da defesa de Edge e Clayton revelou-se um pretexto incontestável a serviço da salvação do U2. Depois dessa, é leviano prever quanto tempo o processo ainda pode durar, a despeito do mau cheiro que já está exalando. Diz um velho aforismo do Direito que, contra flatos, não cabem argumentos. No entanto, é certo também que, sem abacate, não há Justiça. E, sem Justiça, não há guacamole.
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