Além de aquecer o setor de notas de repúdio, o espetáculo grotesco apresentado a dezenas de diplomatas e transmitido ontem pela TV estatal pode ser didático ao país. Uma lição já foi aprendida: os profissionais que trabalham na campanha pela reeleição desistiram de convencer o candidato a moderar o discurso.
A torcida agora é para que o departamento de eufemismos arrume outra ocupação que não seja ponderar o imponderável. Se a admissão pública de que isso aqui é uma republiqueta de quinta categoria servir para que expressões como “ministério técnico” e “ala militar” desapareçam, vai valer o dinheiro gasto na armação.
Passou da hora de parar de procurar algum resquício de normalidade e decência no que sempre foi anormal e indecente. Quem topou participar da farsa que se vire para convencer os outros de que é ingênuo ou burro, não cúmplice. Aposto que a maioria vai investir no esquecimento coletivo para tirar o seu da reta.
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