Nunca houve em Santa Catarina um julgamento como o do caso “Bruni X Bono”, realizado entre os dias 27 e 28 em Balneário Camboriú. De um lado, um empresário disposto a ir às últimas conseqüências para recuperar sua honra. De outro, um popstar associado a causas humanitário-messiânicas e a óculos escuros. Entre um e outro, um batalhão de ADEVOGADOS. E, em volta deles, a maior concentração de estudantes de Direito que a cidade onde as ruas não têm nome já presenciou. Foi um show.
A partir do momento em que o café esfriou, acabaram as coxinhas e a juíza Dayse Herget de Oliveira Marinho mandou a audiência moderar o linguajar, teve de tudo. O litígio de abertura – um repórter investigativo cobrando ressarcimento do plano de saúde por uma cirurgia de retirada de câmera do reto, fragorosamente derrotado sob a alegação de que “intervenções estéticas não são cobertas” – deixou o público em ponto de bala para o processo principal. Efetuada a troca de togas, o autor da ação indenizatória contra o vocalista do U2 começou a representação.
Franco, Bruni disse que se sentia como um homem traído com um beijo. Ele lembrou que só decidiu empenhar seu patrimônio e sua reputação para trazer a banda pela primeira vez ao país, em 1998, porque era fã do grupo. “Tanto que a quantia que estou pedindo para reparar minhas perdas e danos é influenciada por ‘40’, uma das músicas mais bonitas do cancioneiro anglo-saxão”, explicou, referindo-se à última faixa do disco War, de 1983. “O que fizeram comigo não se faz nem com a Britney Spears”, comparou.
Brandindo vários recortes do jornal O Globo datados de novembro de 2000, o promotor de eventos apontou diversos indícios do que seria uma ação orquestrada para desmoralizá-lo perante o governo catarinense. As reportagens falam sobre a vinda do quarteto ao Brasil naquela época para compensar os tumultos ocorridos na turnê anterior, da qual Bruni era o responsável. Provocados, Bono e o baterista Larry Mullen o chamam de “rebotalho” e “proxeneta”. As rimas inflamaram o público.
“Essas difamações arruinaram minha participação na concorrência para organizar as festividades alusivas aos 500 anos de São Francisco do Sul em 2004”, lamentou o empresário. “E ainda erraram a minha idade em todas as matérias”, exaltou-se, para gáudio da oposição. Por fim, Bruni apelou para a emoção. Com a voz embargada, revelou que sua escola de inglês em Balneário Camboriú, a ShamROCK (“a única com sotaque de Dublin”), passa por dificuldades. “Os alunos não conseguem chegar a tempo nas aulas por causa do trânsito”. Depois dessa, mais não disse nem lhe foi perguntado.
O próximo passo do processo prevê a defesa do réu via carta rogatória – requerimento expedido pelo magistrado à autoridade judiciária de outro país para cumprimento de atos processuais em território estrangeiro. O recurso não significa que a situação esteja perto de um desfecho: segundo um estagiário da Ordem dos Abacates do Brasil, uma brecha na justiça irlandesa permite que casos tramitados em anos bissextos sejam analisados somente em anos bissextos. Então, até 2012.
3 comentários:
Eu tenho medo de Emerson Gasperin!
Surrealista! Não pare!
hãn qué isso !!! que babozeira toda é essa que bando de informações iodióticas, hahaahhah tudo que vc escreveu só pode ter vindo dessa mente biruta me poupe ...... quer escrever algo, então procure uma fonte segura !kkkkkkkk
O Globo, o jornalista e Larry Mullen foram condenados.
Bono escapou.
Quem diria: David ganhou de 2 Golias!!
Não acreditam, olhem no site do TJ-SC
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