20230821

Millôr, 100



Suas ações ou palavras abalam inteiramente minhas convicções mais arraigadas, provocando uma sensação profunda de desalento que afeta aspectos tanto racionais quanto psicológicos do que eu julgava ser parte indissociável da minha personalidade.
(Expressões manezinhas prolixizadas: “Aí tu me arrombas todo”.)

Homenagem ao gênio Millôr Fernandes (1923-2012), que completaria 100 anos neste 16 de agosto. Meu primeiro contato com sua obra foi ainda criança, pela revista Veja, muitas vezes sem entender direito seus textos ou traços. Mais tarde, descobri que, além de escritor e desenhista, o autor daquelas duas páginas semanais era dramaturgo, roteirista, tradutor, artista plástico e – ele fazia questão de ressaltar – inventor do frescobol.

Tão talentoso em tantas áreas, era também um frasista inspirado, conforme demonstra o livro A Bíblia do Caos, que compila mais de 5 mil pensamentos dele sobre tudo quanto é assunto. Embora diversas máximas tenham caducado ou sejam simplesmente sem graça, é uma boa porta de entrada para o universo de Millôr. Poderia citar alguma, mas preferi parodiar uma das minhas seções prediletas, os provérbios prolixizados. Afinal, como diria o próprio:

Todo homem nasce original e morre plágio.

Nenhum comentário: